A Paraíba na Rota da Qualificação Nacional em Turismo

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Um dos grandes desafios que ora se apresenta no cenário global do turismo em decorrência da pandemia do coronavírus diz respeito ao mundo do trabalho. A atividade turística foi duramente afetada, uma vez que depende de deslocamentos e estes representam um dos meios mais eficazes de transmissão do vírus. Trabalhadores vêm perdendo seus empregos à medida que as empresas fecham ou reduzem seu quadro de funcionários, o que torna premente discutir políticas públicas que busquem confrontar tal problema, com alternativas para manter empregos e ampliar o acesso à cadeia produtiva do turismo.

Com o objetivo de qualificar jovens e adultos por realidade territorial e fortalecer as políticas públicas no turismo, a UNB em parceria com o MTur, vem desenvolvendo em todo o território nacional o Plano Nacional de Qualificação no Turismo (PNQT), que hoje se encontra em sua segunda fase. Assim, foi estabelecida, em forma de Rede, a Pesquisa Aplicada: Concepção de Referenciais Metodológicos para os Planos Territoriais, Programas e Projetos de Qualificação no Turismo Nacional.

Para executar o programa e planos estabelecidos pela Política Nacional de Qualificação, a UnB reestabeleceu e ampliou a Rede Nacional de Pesquisadores de Base Territorial, efetivando um recorte para os que trabalham com as rotas turísticas definidas pelo Investe Turismo. Assim, ao longo do trabalho, foram envolvidas 24 instituições federais de ensino superior e 93 pesquisadores, entre professores, doutorandos, mestrandos e graduandos do Brasil.

Na Paraíba, os trabalhos se iniciaram em maio/junho de 2020, portanto, em plena pandemia. O Programa ficou sob a coordenação da Professora do Departamento de Turismo e Hotelaria da UFPB, Rosalma Diniz Araújo, Doutora em Turismo na área de desenvolvimento e gestão, junto aos coordenadores Adjuntos, André Gustavo da Silva, Doutorando e Professor de Administração do IFCE, e da turismóloga e Doutora em Geografia, Fabiane Nagabe, professora do Curso de Turismo da UFPB.

Inicialmente, o Investe Turismo apresentava João Pessoa, Cabedelo e Conde (recorte Litoral), como cidades a serem trabalhadas pelo Programa na Paraíba. No entanto, os coordenadores da pesquisa no Estado, decidiram acrescentar a este recorte a região do Brejo Paraibano, trazendo para o projeto os municípios de Areia e Alagoa Grande, pelo potencial que vêm demonstrando em relação ao fomento e pelas instâncias turísticas que vêm se desenvolvendo nessas localidades. A Professora Rosalma salienta que o interior da Paraíba tem riquezas paisagísticas e culturais em suas diversas regiões, do cariri ao sertão, mas que neste primeiro momento, teve que ser feito uma escolha, e o critério escolhido foi a existência de comunidades tradicionais com potencial turístico nessas áreas.

Foram feitos estudos de demanda e oferta de qualificação (envolvendo entrevistas online, pesquisas com grupos focais com atores do turismo paraibano e visitas às comunidades tradicionais), para posterior diagnóstico e proposição do “produto” do programa: um curso de qualificação voltado às comunidades tradicionais das localidades pertencentes ao recorte territorial. Para que tal curso (remoto) fosse modelado seguindo os preceitos da metodologia construtivista, que preza pela construção participativa, foi constituída uma Rede, denominada “Rede Rota Turismo de Inclusão”, onde vários atores do sistema produtivo do turismo foram convidados a compor, baseados no interesse pelo propósito inicial da Rede, qual seja: agregar ao já existente do turismo de “sol e mar”, uma oferta que possa viabilizar e visibilizar o potencial da cultura paraibana representada pelas comunidades tradicionais (ricas em paisagem, gastronomia, dança, histórias, tradições, etc.), fortalecendo o sistema produtivo local e gerando renda para comunidades rurais, ribeirinhas, quilombolas e indígenas, por meio do turismo.

Entrevistas nas comunidades

Para melhor compreender as comunidades em suas histórias, necessidades e anseios, foram feitas entrevistas nas próprias comunidades, respeitando todos os protocolos de segurança em virtude da pandemia.

O Curso que será ofertado trabalhará com a metodologia “Dragon Dreaming” para a construção de projetos participativos junto às comunidades, e será ministrado pelos professores Vivian Maitê Castro, Gabriel Moura, Gérson Abrantes e Rafaela Pereira, especialistas no método.

O Chefe de Departamento do Curso de Turismo e Hotelaria da UFPB, Professor Esdras Matheus, e a Vice-chefe, Professora Ilana Kiyotani, incentivadores da Pesquisa, ressaltam a importância da expertise do Curso de Turismo à frente do Projeto junto ao Instituto Federal, destacando ainda que a aproximação da academia com instituições ligadas ao desenvolvimento sustentável do turismo promovidas pelo Projeto, traduz as preocupações e filosofia do Curso.

Assessoria de Imprensa
Foto de thiago japyassu no Pexels

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